domingo, outubro 23, 2005

O ranking das escolas

Pelo 5º ano consecutivo, aí temos o ranking das escolas. Como seria de esperar, nada de novo transparece nesta listagem: os colégios privados continuam na liderança, enquanto nas escolas oficiais as que se destacam são as dos grandes centros urbanos. O que constitui novidade, é vermos, pela primeira vez, uma ministra a pôr em causa a seriedade dos rankings, ao considerar que estes não têm em conta a origem social dos alunos, factor decisivo na qualidade dos processos educativos. Todos sabemos (ou talvez não) que as médias dos exames dependem não apenas da qualidade do ensino e da qualidade e esforço do corpo docente, como do meio social dos alunos que as frequentam. Alunos oriundos de bairros problemáticos têm, à partida, mais dificuldade de aprendizagem, menos preparação de base e menos ambiente de estudo que os oriundos dos meios favorecidos. Este facto, inviabilizaria, por si só, a comparação entre escolas. Se acrescentarmos que as escolas privadas seleccionam automaticamente os seus alunos pelo valor das propinas mensais, enquanto as escolas públicas são obrigadas a aceitar todo o tipo de alunos desde que estes pertençam à sua área geográfica, não faz sentido fazer comparações directas entre escolas privadas e públicas, pois estas levam necessariamente a conclusões precipitadas e erróneas. Sendo assim é caso para perguntar, a quem servem e para que servem estes rankings?

quarta-feira, outubro 12, 2005

As aulas de recuperação no ensino básico

As escolas do ensino básico vão ter, já no início do segundo período deste ano lectivo, aulas de recuperação para os alunos em risco de reprovação. Esta é uma medida que desde já aplaudo e acho até que ela devia ser alargada ao ensino secundário. Um ensino verdadeiramente democrático deve proporcionar a todos os alunos as mesmas oportunidades de sucesso, algo que não vai sucedendo na maioria das escolas deste País. Quantas vezes, em Conselhos de Turma, assistimos a verdadeiros atentados pedagógicos, onde alunos sem os pré-requisitos necessários para a aprendizagem - em especial nas disciplinas cumulativas - não são encaminhados para aulas de apoio pedagógico acrescido, apresentando os professores as desculpas mais esfarrapadas para o não fazerem ( com o conluio de muitos Conselhos Executivos), esquecendo-se que muitos destes alunos não tem qualquer tipo de apoio em casa e grande parte deles não tem possibilidades económicas que lhes permita recorrer a ajuda externa. Esta intenção do Ministério da Educação tem por isso todo o cabimento e, na minha opinião, peca por tardia. Fica, no entanto, por saber, a forma como vai ser implementada.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Comunicado oficial do gabinete do Primeiro-Ministro

" O Governo faz saber que, como medida de contenção de despesas e tendo em conta a actual situação das contas públicas, a luz ao fundo do túnel será desligada até nova ordem"