terça-feira, julho 30, 2013

A propósito dos cortes de turmas

“Falta saber se em relação aos colégios com contrato de associação o corte de turmas para homologação também existe ou se o MEC faz incidir os cortes exclusivamente sobre as escolas e agrupamentos que integram a rede pública de estabelecimentos”, sublinhou Mário Nogueira.

quarta-feira, julho 24, 2013

Governo quer professores com nota mínima de 14

"Quem quiser ingressar na carreira de docente terá de tirar, pelo menos, nota 14 num exame específico. A proposta é do Governo e será debatida com os sindicatos no final da semana.

Em comunicado, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) explica que o objetivo é assegurar que os docentes dominam as capacidades e competências para o exercício da função.

Para poder exercer, os professores terão de ter pelo menos 14 valores na Prova de Avaliação de Conhecimentos, Capacidades e Competências.

O MEC explica que a prova se divide em duas partes. Uma é geral e é escrita, enquanto a outra é específica e pode ser prática, escrita ou oral. Fica apto a realizar a última quem for aprovado no exame comum.

Os candidatos que tenham dez ou mais anos de serviço docente efetivo que chumbem na prova estão englobados num regime de exceção que lhes permite repetir o exame uma vez.

O exame será coordenado pelo Gabinete de Avaliação Educacional e pelo Instituto de Avaliação Educativa".
 

sábado, julho 20, 2013

A razia nos exames

"O meu filho fartou-se de estudar para os exames. Estudou tanto que tive mesmo de o proibir de estudar mais. Desde a Páscoa que não pensava noutra coisa. Mais exames houvesse para ele poder treinar, mais ele os tinha feito. O objectivo era o 5. Nem menos um ponto. O nível de stress foi-se avolumando até ao dia do exame. Não tivesse o garoto 10 anos e tinha-lhe enfiado um ansiolítico pela boca a baixo. Em vez disso dei-lhe um copo de leite morno e mandei-o para cama mais cedo porque sabia que iria demorar horas para conseguir adormecer. A criança apresentou-se a exame com boas notas: quase 5 como nota interna. Faltou-lhe um bocadinho de nada para o cinco e o exame era a esperança.
O ano passado o meu filho mais velho também fez estes exames. Era a primeira vez que o sexto ano fazia exames a sério, a contar para a nota final. A criança estava descontraída demais para o desafio que se aproximava, ao contrário da escola, dos colegas, dos professores, do país em geral e dos pais em particular que atingiram elevados níveis de ansiedade. O objectivo dele era apenas não ter negativa, o que viesse a partir do 3 (incluindo) era muito bem-vindo. Foi com a nota interna de 3 que ele se apresentou ao exame. Quinze dias antes do dia fatídico fechei-o em casa e obriguei-o a estudar afincadamente: qualquer ida à casa de banho tinha de ser previamente combinada, a hora das refeições estava cronometrada e o horário de estudo era qualquer coisa do tipo nazi. Foram quinze dias em que a criança ficou agarrada à secretária a fazer as fichas, os testes e os trabalhos que não tinha feito durante todo o ano com a dedicação devida.
Na véspera do exame dormiu como um anjinho e previsivelmente descontraído. Não me lembro se tive de lhe dar leite morno ou não. Acho que não.
Os exames correram todos muito bem. Qualquer um dos meus filhos saiu do exame confiante, aliviado e optimista. O primeiro, o que estuda como se não houvesse amanhã, teve 3 no exame de Português e 4 no exame de Matemática. Nem queria acreditar. Quando recebeu a notícia, ficou mudo. Não temos falado sobre o assunto desde então. Conforta-o manter as notas internas que são boas. Mas ainda assim não falamos sobre o assunto.
O mais velho, o que fez os exames o ano passado, teve 5 a matemática e 3 a português. Quando recebeu a notícia achava que eu estava a gozar com ele. Afinal, dizia ele, não era preciso tanto stress. O exame não é nada de especial: para quê tanta histeria? Está claro que este ano voltou a ser um aluno descontraído. Sem stress. O 3 chega e sobra.
Querem estas pequenas histórias familiares dizer o quê? Querem dizer que os exames dizem alguma coisa sobre o desempenho dos alunos, mas apenas alguma coisa. Pois não é essa a principal função destes exames. A principal função, a principal leitura que se deve ter dos resultados dos exames, é sobre o sistema. Se as notas dos exames são bem mais baixas do que as notas internas quer isso dizer que alguma coisa está desajustada: as notas internas ou os exames - a correcção, as perguntas, a forma como são redigidos, o que for. Quando se verifica esse desajustamento quer isso dizer que alguma coisa não está a funcionar como devia estar. Os exames servem fundamentalmente para aferir o sistema, não apenas o conhecimento dos alunos. Perante as médias baixas nos exames a pergunta que se deve fazer é: onde é que estamos a falhar, onde temos de melhorar?
Não acredito que os professores e os alunos do país inteiro estejam todos a dormir: mais depressa desconfio que os exames não aferem o que deviam aferir dos conhecimentos dos nossos alunos. O meu filho mais velho que o diga".
 
Inês Teotónio Pereira
Jornal i

quarta-feira, julho 17, 2013

Sobre os maus resultados nos exames

"Perante os maus resultados nos exames nacionais, o ministro da Educação promete atuar.
No entanto, nos últimos dois anos o Ministério da Educação acabou com os programas que tinham como objetivo a melhoria dos resultados escolares e o sucesso dos alunos. Nomeadamente:

• acabou com o Plano de Ação para a Matemática;

• acabou com os apoios ao Plano Nacional de Leitura;

• acabou com a exigência de planos de recuperação para os alunos com notas negativas;

• acabou com a exigência de aulas de substituição;

• acabou com a obrigatoriedade do estudo acompanhado;

• acabou com a maioria dos cursos de educação e formação destinados aos jovens com mais de 15 anos e sem o 9.º ano;

• acabou com várias disciplinas, diminuindo o tempo de trabalho na escola para todos os alunos.

Pergunta: quais foram as medidas alternativas ou equivalentes entretanto lançadas? Resposta: nenhuma. Pelo contrário, os programas Mais Sucesso e as Bibliotecas Escolares vivem em permanente ameaça de redução de recursos e, já no próximo ano letivo, as crianças do primeiro ciclo, as tais que devem preparar-se para o exame da 4.ª classe, terão menos aulas, porque foi diminuída a componente letiva do horário dos seus professores.

Não há milagres. Os maus resultados nos exames surgem na sequência daquelas decisões. Quando se diminui o tempo de trabalho, o tempo de estudo e a exigência, os resultados dos exames só podem ser negativos.

Vejo os resultados dos exames nacionais com grande apreensão. São milhares de estudantes que estão a ser empurrados para fora da escola. O Ministério da Educação não só não tem uma estratégia política clara para fazer cumprir a escolaridade obrigatória, como, pelo contrário, no que faz promove, objetivamente, o insucesso e o abandono escolares".
 
Maria de Lurdes Rodrigues

sábado, julho 13, 2013

O que os pais fazem para garantir matrículas para os filhos

Ora porque moram longe do local de trabalho e querem manter os filhos perto do emprego, ora porque preferem que as crianças frequentem as escolas melhor cotadas nos rakings nacionais. Segundo o Expresso, são cada vez mais os pais que recorrem a outros meios para que os filhos fiquem em determinadas escolas.
O semanário relata casos de progenitores que, por morarem ou trabalharem longe da escola do filho, pediram a outras pessoas, da família ou não, para assumirem a responsabilidade de serem encarregados de educação dos seus filhos só porque moram dentro da área de residência que a escola abrange.
Outros casos, conta o jornal, passam pelo aluguer de casas ou lojas para que essa morada sirva como prova de que a criança fica perto da escola. Esta alternativa fica mais cara, mas mesmo assim são ainda bastante aqueles que optam por um segundo investimento para manter o filho em determinado estabelecimento de ensino.
Estes, e outros truques devem-se, em parte, à crise económica que se instalou, pois são cada vez mais os pais que retiram os filhos de colégios privados para coloca-los em escolas públicas, mas só nas que consideram ser as melhores. Outro factor que tem contribuído para este fenómeno é a criação de mega-agrupamentos: os pais não querem que os filhos fiquem em turas grandes, optando por procurar escolas mais pequenas.

quinta-feira, julho 11, 2013

Resultados dos exames nacionais do secundário

"Maiores taxas de reprovação aconteceram também com as disciplinas Física e Química (24%) e Matemática A (20%)
Física e Química é a prova com as piores médias da primeira fase dos exames nacionais: com 7,8 valores, numa escala de 0 a 20, a disciplina continua a ser a mais difícil para os alunos do ensino secundário. Dos 52 591 estudantes que fizeram a prova em Junho, 35 914 não conseguiram obter uma nota positiva (68,3%). Matemática B surge logo atrás, com 7,9 valores e 62,5% dos 46 mil alunos reprovados no exame. As ciências exactas são decididamente o ponto fraco dos alunos portugueses. A comprová-lo está também a média de Matemática A (8,2 valores), o pior resultado desde o ano lectivo de 2005-2006.
Os dados ontem divulgados pelo Ministério da Educação e Ciência não estão completos e falta ainda conhecer as médias de Português, que só serão hoje divulgadas. Estas médias têm em conta as classificações dos alunos internos - que frequentam as aulas e vão a exame com uma classificação interna igual ou superior a dez - e as dos externos, que anularam a matrícula e se autopropuseram a exame.
As disciplinas fundamentais para quem pretende prosseguir estudos superiores nas áreas científicas, como as Engenharias ou Medicina, foram também as que registaram nos exames as maiores taxas de reprovação: 24% em Física e Química A, 20% em Matemática A e 16% em Biologia e Geologia.
A descida mais abrupta contudo aconteceu na disciplina de Espanhol, que derrapou três valores entre este e o anterior ano lectivo - de 12,7 para 9,5 valores. História B, com média de 10,7, também teve uma das descidas mais acentuadas. Biologia e Geologia, de 9,3 valores em 2011-2012 caiu agora para 8,1 valores.
Subidas e descidas Apesar de ter havido mais médias a descer (11 disciplinas) que a subir (sete disciplinas), o Ministério da Educação ressalva que as variações face a 2012 são reduzidas: "Iguais ou inferiores a 1 valor em 15 disciplinas." No entanto, em dez das 18 disciplinas sujeitas a exame nacional as médias foram negativas e, em sete dessas dez, os resultados foram piores do que em 2012.
No total, dez médias conseguiram alcançar notas positivas, enquanto oito cadeiras ficaram com resultados abaixo dos 9,5 valores. Na prova de Filosofia, a média não ultrapassou os 9,1 valores e dos 8427 alunos que fizeram o exame só metade (4008 estudantes) conseguiu nota positiva. Geografia A, que de 10,3 valores obtidos no ano passado desceu agora para 9,4 valores, teve mais de 9 mil alunos com médias negativas (48%).
Melhores desempenhos Desenho A foi neste ano lectivo a disciplina com a média mais alta (12,1 valores), mas também nas línguas estrangeiras os resultados foram positivos. Inglês e Francês, com classificações médias de 11,9 e 11,3 valores, estão entre os dez exames com os desempenhos mais elevados.
Os resultados melhoram se apenas forem tidos em conta os exames feitos por alunos internos e se excluírem os externos. "Como tem acontecido nos anos anteriores, com excepção das disciplinas de Alemão e de Inglês, os alunos internos obtêm classificações mais elevadas que as alcançadas pelos alunos autopropostos", sublinha a tutela, no comunicado.
Nesta primeira fase dos exames finais nacionais, obrigatória para todos os alunos, foram registadas 275 293 inscrições, tendo sido realizadas 251 323 provas, o que corresponde a cerca de 91,3% das inscrições. No processo de classificação de exames do ensino secundário estiveram envolvidos 6315 professores".

Jornal i

quarta-feira, julho 10, 2013

Áreas não disciplinares também desaparecem no 1. º ciclo

"Área de Projecto, Estudo Acompanhado e Educação para a Cidadania desaparecem. Apoio ao Estudo será de frequência obrigatória do 1.º ao 4.º ano de escolaridade.
 
As áreas não disciplinares desaparecem da matriz curricular do 1.º ciclo a partir do próximo ano lectivo, à semelhança do que já sucedeu nos outros níveis de escolaridade.
O diploma que estabelece as novas matrizes curriculares do 1.º ciclo foi publicado nesta quarta-feira em Diário da República e nestas já não constam a Área de Projecto, o Estudo Acompanhado e a Educação para a Cidadania.

Em contrapartida, são introduzidos como componentes do currículo o Apoio ao Estudo, que será de frequência obrigatória e deverá ocupar pelo menos 1,5 horas por semana, e uma chamada Oferta Complementar, que deve ter um mínimo de 60 minutos semanais. O Apoio ao Estudo, que até agora não existia no 1.º ciclo, tem como objectivo "apoiar os alunos na criação de métodos de estudo e de trabalho, visando prioritariamente o reforço do apoio nas disciplinas de Português e de Matemática".

Já na disciplina de Oferta Complementar pretende-se que se desenvolvam “acções que promovam, de forma transversal, a educação para a cidadania e componentes de trabalho com tecnologias de informação e comunicação”.

No diploma hoje publicado estipula-se ainda que a iniciação à língua inglesa no 1.º ciclo passará a ser feita também no âmbito desta Oferta Complementar e não, como até agora, integrada nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), cuja frequência não é obrigatória.

O diploma mantém as cargas horárias mínimas para Português e Matemática (sete horas semanais para cada uma destas disciplinas), mas discrimina também qual o tempo mínimo obrigatório que deve ser despendido nas outras disciplinas (Estudo do Meio e Expressões, com três horas cada)".
 
Público 

terça-feira, julho 09, 2013

Ministro reduz diretores a 50%

"O Conselho de Escolas, órgão consultivo do Ministério da Educação e Ciência, vai ser reduzido a 30 elementos, metade dos atuais 60 diretores. O ministro Nuno Crato revelou ontem que pretende uma estrutura mais pequena, mais ágil, de forma a obter pareceres e respostas mais rápidas.
"Para ser mais eficiente tem de ser mais restrito. No máximo 30 pessoas, o que já é bastante", revelou Nuno Crato, na abertura de uma reunião com o Conselho de Escolas. No encontro, o ministro revelou a criação de uma comissão permanente "que represente o conselho em matérias urgentes e que possa ser acionado com uma antecedência de dois a três dias".
Manuel Esperança, presidente do órgão, encara a redução com bons olhos e vê nas intenções do ministério "uma vontade de trabalhar com o Conselho".
Para surpresa de alguns diretores presentes na reunião, o ministro não revelou mais pormenores sobre a proposta de alteração do Conselho de Escolas. "Nem datas, nem quem vai fazer parte da comissão. Nada", comentaram".
 
CM

segunda-feira, julho 08, 2013

Cerca de 12 mil alunos do 4.º ano em risco de chumbar

"Cerca de 12 mil alunos do 4.º ano estão em risco de chumbar se não conseguirem na 2.ª fase das provas finais de Português e Matemática, que começam na terça-feira, os resultados que precisam para passar de ano.
Depois de perto de 106 mil crianças do 1.º ciclo terem realizado a 1.ª fase destas provas e de ter decorrido um prolongamento do ano letivo, organizado pelas escolas, e durante o qual os alunos do 4.º tiveram um apoio extraordinário a Português e Matemática, 12 mil voltam agora às escolas para repetir os exames e obter as notas positivas essenciais para transitarem para o 5.º ano de escolaridade.
Ainda que sejam essencialmente direcionadas para os alunos que não obtiveram aproveitamento ou tenham reprovado na 1.ª fase, aqueles que por motivos excecionais não puderam comparecer aos exames de 1.ª fase podem agora fazê-los esta semana.
"Caso tenham nota positiva, serão aprovados nas disciplinas em causa, e poderão progredir para o 2.º ciclo. Como tem sido política deste ministério, pretende-se assim que os alunos passem, mas que passem tendo adquirido os conhecimentos e capacidades do nível de ensino em causa", refere o Ministério da Educação e Ciência (MEC), em comunicado.
Na 1.ª fase, a nota média nacional das provas finais do 4.º ano a Português foi negativa, próxima dos 49%, enquanto a Matemática se situa nos 57%, segundo os resultados divulgados pelo Ministério da Educação.
A percentagem de alunos que obteve classificação de nível 3, 4 e 5 foi de, aproximadamente, 53% por cento na disciplina de Português, sendo de 64% na de Matemática".
 
DN

domingo, julho 07, 2013

Passos vai fazer o quê?

Paulo Portas vai ser coordenador das pastas económicas, interlocutor da ‘troika' e obreiro da reforma do Estado. É caso para perguntar: que atribuições terá Passos Coelho neste governo?